Fiquem bem no lado escuro da Lua.
Paisagens
Retratos de vistas, memórias ou simples imaginação
sexta-feira, 13 de maio de 2022
I'll Take Care of You
Fiquem bem no lado escuro da Lua.
domingo, 8 de maio de 2022
I am a Camara
domingo, 24 de abril de 2022
Reggata de Blanc
Música: Regatta de Blanc – The Police; Mysterious Ways - U2
Imponente, a Catedral de Palma de Maiorca, domina as vistas.
A altura das suas torres, as mais altas de Espanha, desafiam o facto de
estarmos numa ilha.
Por todo o lado há alguém a tentar vender algo, quadros,
malas, sapatos, recuerdos… também há artistas de rua, que fazem pinturas,
performances, homens/mulheres estátuas e o estranho casal que levita numa
armação bem disfarçada. Houve-se uma viola tocando o concerto de Aranjuez, o
sol é abrasador, apesar dos jactos de água que caem no lago que fica no sopé da
catedral o calor torna-se pesado enquanto o sol procura a sua posição mais
alta, como que para ver melhor todo o esplendor que se estende por baixo.
Uma brisa levanta-se, embala as folhas das palmeiras que
alegres fazem coro aos acordes da viola do virtuoso artista de rua que a
dedilha alegremente.
Agarrando a larga borda azul do
chapéu que o vento tenta em vão retirar para descobrir o seu rosto sereno, deixando
o alvo vestido ondular ao sabor deste, ora mostrando ora ocultando as suas
formas perfeitas. Pequenas rendas orlam as extermidades das curtas mangas, como
se brancos lírios lhe ornamentassem os braços firmes e maduros.
Olha fixamente para o Mar,
não se deixando distrair com as mundanas figuras que cruzam a rua. Por momentos o tempo pára, tudo fica estático,
congelado. Apenas ela continua a mover-se naquela forma misteriosa, ondulando
como o vento, provocando um pesado suspiro de paixão.
O roxo das Buganvílias contrata com o verde e o amarelo
dominantes, traçando um friso colorido no topo do muro desta casa com singelas
varandas e venezianas verdes.
As palmeiras omnipresentes compõem a moldura muito acima das
luminárias que quase passam despercebidas. Ali numa muito camuflada esquina uma
cascata de belas flores azuis vai descendo pela trepadeira que cobre por
completo o muro que delimita a propriedade e dá suporte ao socalco que aplainou
o espaço onde esta moradia se ergue.
O calor continua opressor, pesado e húmido, convidando a uma
paragem para refrescar.
Que melhor local para fugir à canícula que a Plaça de la
Feixina, com os seus lagos e cascatas, sempre com a água correndo, mergulhando
aqui e ali debaixo das pedras do passeio, para surgir uns metros à frente mais
fresca.
As amplas sombras do arvoredo auxiliam no arrefecimento,
enquanto acenam para a água embaladas pela aragem que atravessa a ilha de norte
para sul.
Convidando a uma paragem para descansar as pernas e
arrefecer os músculos enquanto se contempla o escoar do tempo na sombra do
relógio de sol, ali instalado numa das faces de pirâmide de pedra, noutra surge
um enigmático relógio de lua, com a sua tabela de legenda e descodificação.
Os muros do castelo opõem-se à linha das palmeiras deixando no seu regaço um largo passeio de pedra.
Ali surge novamente a bela silhueta alva, agora dança,
alegre, feliz, deslumbrante. Rodopia de braços abertos abraçando o vento numa
valsa ensurdecedora de silencio. Baila com o calor e com as gotas de humidade
que pairam pelo ar arrastadas desde as cascadas pela suave brisa estival.
Continua misteriosa a forma como se move, como dança, como
caminha. A harmonia instala-se, todo o quadro ganha uma formosura singular, até
a catedral estica as suas torres por entre as palmeiras para observar este
pitoresco panorama em movimento, esta poesia silenciosa e serena.
Abraço a beleza do quadro e regresso ao navio, sou um marinheiro, um homem do mar, apaixonado pela doce silhueta alva que misteriosamente se movimentava, ora caminhando, ora dançando.
Contemplo a linha do casario que se estende entre as verdes
colinas e o azul do mar, a multitude de embarcações que descansam na grande
marina, os paquetes luxuosos que preparam a partida para o alto mar.
Tudo parece pacífico, sereno, nem o vento se sente agora.
Sinto uns braços a me envolver, um doce perfume invade-me as
narinas e o doce som de uma voz faz-me estremecer.
Lentamente viro-me, perante mim está a delicada figura alva com
que me cruzei uma e outra vez durante o dia.
A noite caiu, não sentimos o sol esgueirar-se sob as ondas
distantes, inebriados pelo tão inesperado como anunciado encontro. Os nossos
olhares não se desviaram durante as longas horas em que o glorioso astro
atravessou os céus.
Não há um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho.
sábado, 4 de março de 2017
Meco
Olha à tua volta, irás ver algo fantástico
Olha à tua volta, vais ficar surpreendido
Olha à tua volta, tira as vendas que usas
Olha à tua volta, liberta a tua mente
Sente os cheiros que envolvem a paisagem
A maresia que é arrastada pelo vento
O odor da areia húmida que se eleva
O cheiro das ervas que se propaga
VIVE!
LIBERTA-TE!
VOA!
MERGULHA!
Todos os dias há um pôr-do-sol
Todos os dias há algo para contemplar
Todos os dias há vida para além dessa vida
Todos os dias o mundo gira sobre si
Deixa-te pairar sobre o mundo
Flutua para além da prisão do dia-a-dia
Foge do quotidiano, essa grilheta da mente
Esquece tudo o que pensas que sabes e VIVE!
Não há um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
5 anos depois entre Portimão e Lagos
O sol elevando-se do mar vai furando as nuvens e fazendo os seus suaves raios aquecer-me a pele despida, arrepiada pela fresca brisa matinal. Não passa ninguém na rua, nem vivalma, a hora tinha acabado de avançar para o horário de Verão e poucos se tinham adaptado.
Uma melodia veio-me à cabeça:
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Lagos
Esta é de facto uma cidade muito especial, talvez uma das mais belas do mundo, para mim certamente a mais bela das cidades.
Atingindo o píncaro no berço dos Descobrimentos, quando uma pequena nação teve a impertinencia de aumentar o mundo, empurrando os limites do fim do mundo para as estrelas.
Hoje tudo isto jaz violado, delapidado por algumas piranhas que sem pudor empurram o Infante para o lado, destroem a calçada que reproduzia as ondas do cabo Bojador, que aterram a mais bela praia do mundo...
Para esses vendilhões do templo, traficantes de cimento, nem mil mortes seriam castigo suficiente.
Mas a poesia continua lá, pedindo Show me the place...
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Porto Côvo
A beleza fascinante deste local capturou o coração de muitos Homens desde os tempos mais antigos, passeando pelos campos vêm-se vestígios de antigas culturas, Celtas, Romanos, Árabes, Cristãos, Piratas... Uns a seguir aos outros, empurrando-se, misturando-se, uns após os outros apaixonando-se por estas terras e este mar.
Abraçado à mulher que AMO, estas imagens tomaram uma dimensão ainda maior, o sabor do sal nos seus lábios turva-me os sentidos como se estivesse inebriado, o vento embala-nos, os raios de sol pousam suavemente sobre a nossa pele. Não, o nosso AMOR não é um amor ordinário...
Não há um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho.